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Concretizações teatrais - alguns contornos mais próximos de nós no “Dossiê temático” deste número, coordenado por Fernando Matos Oliveira e por José Oliveira Barata, e que apresenta – em modalizações várias – uma alargada cartografia da performance como habitando também a paisagem artística portuguesa. Fá-lo numa interessante convergência de análises produtivas e num texto de abertura (da responsabilidade de Fernando Matos Oliveira) que parte do campo da estética para problematizar a constituição de uma tonalidade redentora nos estudos performativos.
A rubrica “Notícias de fora” traz-nos um ensaio de Guillermo Heras sobre três dos maiores autores da moderna dramaturgia espanhola – Juan Mayorga, Sergi Belbel e José Sanchis Sinisterra –, bem como a análise, por Rui Pina Coelho, de um espectáculo britânico (que relembra Thomas More por palavras que, embora só parcialmente, parecem trazer a assinatura de Shakespeare), e uma crónica de Jorge Silva Melo sobre o Atelier Européen de Traduction (dirigido por Jacques Le Ny).
No olhar que incide sobre o teatro em Portugal, destaca-se, “Na primeira pessoa”, a entrevista a João Paulo Seara Cardoso, do Teatro de Marionetas do Porto, revelando uma curiosa e lúcida escavação da memória para falar da sua apaixonada ligação a um teatro com marionetas, à aprendizagem feita, à questionação que coloca ao teatro e à dramaturgia.
Para falar de espectáculos recentes levados à cena em Portugal, os “Passos em volta” oferecem-nos um itinerário vasto que, de Braga a Lisboa, do Porto a Évora, dá conta de modalidades diversas de entender e praticar o teatro enquanto criação cénica, percorrendo os mundos ficcionais do Cendrev, Teatro Bruto, Cornucópia, Artistas Unidos, Teatro Praga e o Sindicato de Poesia. Do teatro enquanto texto e objecto de estudo ou memória dizem-nos as “Leituras” que essa actividade entre nós vai progredindo, mesmo que nem sempre os ventos editoriais sejam de feição.
O “Arquivo solto” relembra o projecto do Teatro Novo de António Ferro (na efervescência de uma afectação conspícua, talvez anunciando já outras ambições políticas) e assinala algumas das incursões portuguesas à obra de Cervantes para que – ainda que de forma breve – se recorde que 2005 festejou o quarto centenário da edição de D. Quixote.
Outras lembranças do que pelo teatro se fez ao longo de anos são aqui trazidas ao “Portefólio” que passa em revista alguns momentos da história do Teatro Experimental de Cascais, recordando um percurso de 40 anos e uma trajectória em que têm participado artistas das mais diversas gerações, aprendizagens e registos artísticos, quase sempre dirigidos por Carlos Avilez, seu indefectível director artístico.
Actualizado em 10 Outubro 2012